Celulares contrabandeados para dentro dos presídios em Mato Grosso, como a Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá, custam de R$ 5 mil a R$ 20 mil. A informação foi dada pelo desembargador Orlando Perri, que é supervisor de Fiscalização e Monitoramento do Sistema Prisional de Mato Grosso.

Segundo Perri, as falhas na segurança, que incluem a participação de servidores, permitem que esse tipo de situação ocorra, trazendo riscos para a sociedade fora das penitenciárias, já que os líderes das facções dão ordens para os membros que estão soltos. 

"Nós sabemos que esta é a realidade, que não apenas os visitantes os familiares, os amigos dos reeducandos que introduzem celulares para dentro do presídio. Nós sabemos, lamentavelmente, que existe corrução dentro do sistema prisional", afirmou o desembargador.

Na última segunda-feira (14), a PCE foi alvo da ‘Operação Raio Limpo’, onde foram apreendidos mais de 70 celulares, 130 chips e porções de drogas. A penitenciária é a maior do estado e abriga bandidos de alta periculosidade, como os líderes do Comando Vermelho.

Entre os itens encontrados estavam três celulares escondidos na cadeira de rodas de um detento, entre a cobertura de couro sintético e a espuma dos suportes de proteção dos pés.

Para o magistrado, é preciso mais rigor nas penitenciárias para evitar que os aparelhos cheguem até os presos. "Eu defendo uma rigorosa fiscalização na entrada do sistema prisional. Eu defendo que juiz, promotor e até o governador passem pelo scanner. Todos devem ser vistoriados na entrada dos nossos presídios".

Ele defendeu ainda o uso de tecnologias para barrar as ações dos criminosos. "Nós temos que colocar câmeras, principalmente na entrada, para que a Secretaria de Segurança possa verificar se realmente o decreto do governador está sendo cumprido e todos sejam submetidos à vistoria".

O decreto a que Perri se refere é do Governo do Estado, que proibiu o uso de celulares no sistema prisional, não só pelos presos como também para os servidores públicos. Os policiais penais não gostaram da decisão e recorreram ao Judiciário para tentar reverter a portaria, mas não tiveram sucesso.

Por J1Agora