CHEFE DA PM VÊ "CRISE DE AUTORIDADE" E CRITICA FALTA DE REGULAÇÃO DE FESTAS E EXCESSO DE ÁLCOOL EM MT
em 06/02/2023 as 12:00
Por RepórterMT
Em texto compartilhado nas redes sociais na noite deste domingo, o comandante-geral da Polícia Militar, Alexandre Correa Mendes, comentou sobre a ação policial que culminou com a morte de Diego Kaliniski na madrugada deste domingo (5) na cidade de Vera. Diego foi morto após avançar sobre policiais que atendiam ocorrência de som alto e, um deles, sacou a arma e atirou contra o rapaz.
No texto, o chefe da Polícia Militar informou que foi aberto um inquérito para apurar o caso, mas atentou que o fato pode "puxar" outros temas para debate. "Precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso", diz.
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O comandante-geral pontuou que existem outras formas de controlar ânimos em eventos com este antes da chegada da Polícia Militar. "Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o "poder de polícia" para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial", explica.
O coronel critica o que classificou de "tribunal midiático", formado após a divulgação do fato e das imagens. Disse que todas as providências para esclarecer os fatos estão sendo tomadas e as respostas serão dadas.
"A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja", pontuou.
Íntegra do texto do coronel Alexandre Corrêa Mendes:
Boa noite,
Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as passionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas horas, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira e pacífica de Vera.
Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.
Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre a ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem.
Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o "poder de polícia" para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras que antecedem o trabalho policial ali --- e evitam tragédias.
Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo "certo" ou "errado", colocando em xeque quem chega para resolver.
Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.
Todas as providências foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver --- porque assim a vida pede.
A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal mídiatico.
Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como a ocorrida em Vera jamais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.
Alexandre Corrêa Mendes - Cel PM
Comandante-Geral da PMMT
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