Ocorrência Policial — Foto por: Reprodução

Criminosos armados que entraram em confronto com agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) usavam um bunker improvisado para se esconder na Terra Indígena Sararé, em Pontes e Lacerda.

De acordo com a investigação, os criminosos têm ligação com a facção Comando Vermelho, que se infiltrou no garimpo ilegal da região nos últimos dois anos. O confronto ocorreu na última quinta-feira (25), quando cinco suspeitos abriram fogo com fuzis contra os agentes que se aproximavam da aldeia central da etnia Nambikwara. O grupo permanecia no local para proteger maquinários usados na extração ilegal de minerais.

Na sexta-feira (26), os agentes retornaram ao território e encontraram armas e equipamentos enterrados pelos criminosos, em uma tentativa de ocultar provas. O ponto é conhecido como Garimpo do 14, onde, há um ano, outro confronto terminou com cinco mortos.

Segundo o coordenador de campo do Ibama, Hugo Loss, o tipo de material apreendido revela a presença de organizações criminosas. “Há munições e armamentos que não são usuais, o padrão é de grupos criminosos”, afirmou.

Na semana passada, fiscais já haviam sido recebidos a tiros ao se aproximarem de uma área tomada por acampamentos. Os suspeitos fugiram pela mata e abandonaram um fuzil, carregadores, munições, celulares e até um kit de internet via satélite. “Acreditamos que parte do grupo permaneça na área, as forças de segurança vão seguir fazendo incursões até localizá-los”, acrescentou Loss.

A Polícia Federal conduz inquéritos sobre exploração mineral em terra indígena, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com frentes específicas na faixa de fronteira para rastrear armas, insumos e rotas.

A Polícia Civil também aponta impactos na segurança pública regional. Segundo o delegado regional João Paulo Berté, facções criminosas passaram a atuar diretamente nos garimpos após primeiro venderem drogas aos trabalhadores locais. “Em 2024 e 2025 contabilizamos cerca de 60 homicídios diretamente ligados à disputa por espaço no garimpo. Muitos corpos são removidos do local do crime, o que dificulta a perícia”, relatou.

A operação de desintrusão, determinada pela Justiça Federal, segue em andamento e não tem prazo para terminar. A ação é conduzida pelo Ibama em conjunto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Funai, Força Nacional, Gefron, Polícia Civil e Polícia Militar de Mato Grosso e Goiás.

Por canaldiario