DELEGACIA REGIONAL PRESTA HOMENAGEM AS POLICIAIS CIVIS DE CÁCERES
em 10/03/2025 as 12:26
A Delegacia Regional de Cáceres, através do Delegado Higo Rafael realizou na manhã desta segunda feira, (10), uma homenagem as policiais que fazem a diferença em prol da segurança pública em nossa região.
Confira o discurso do Delegado Regional durante a homenagem na unidade em Cáceres.
Hoje é um dia de celebração, mas também de reflexão. O Dia Internacional da Mulher não é apenas uma data para homenagens, flores e palavras bonitas. É um momento para reconhecer as dificuldades que as mulheres enfrentam diariamente – e, em especial, dentro das instituições públicas, como a Polícia Civil.
A realidade é que o machismo, historicamente enraizado na sociedade, ainda se manifesta de diversas formas, inclusive dentro das forças de segurança. As mulheres que escolhem essa carreira precisam provar sua competência a todo momento, muitas vezes mais do que qualquer homem precisaria. A elas não basta serem boas; precisam ser excelentes para conquistar o respeito que, muitas vezes, é automaticamente concedido aos seus colegas do sexo masculino.

E essa luta se dá em várias frentes. Desde o início da carreira, mulheres policiais precisam enfrentar olhares de desconfiança, comentários depreciativos e questionamentos sobre sua capacidade de comando ou de atuação em situações de confronto. Em muitas delegacias, ainda se perpetua a ideia de que há funções mais “adequadas” para mulheres, como os setores administrativos ou de atendimento a vítimas, como se fossem menos aptas a investigações complexas ou operações de alto risco.
No entanto, o machismo dentro das instituições não vem apenas dos homens. Há outro aspecto sensível que precisamos discutir: as próprias críticas feitas entre mulheres. Em muitos ambientes profissionais, a rivalidade e a cobrança entre colegas femininas acabam sendo mais severas do que entre os homens. É como se cada mulher precisasse provar que merece seu espaço não apenas para os superiores, mas também para suas companheiras de profissão. Isso cria um ambiente de pressão e insegurança que, em vez de fortalecer a presença feminina, acaba dividindo e enfraquecendo essa luta por igualdade.

A mudança desse cenário exige um compromisso coletivo. A presença feminina nas forças de segurança não é apenas uma questão de equidade, mas de eficiência. Mulheres policiais trazem perspectivas diferentes, abordagens mais humanizadas e um olhar mais atento para crimes que, muitas vezes, são invisibilizados – como a violência doméstica, os abusos sexuais e o tráfico de pessoas.
Devemos combater qualquer forma de discriminação e criar um ambiente de trabalho onde o mérito, e não o gênero, seja o critério de reconhecimento profissional. Isso começa com políticas institucionais claras, oportunidades iguais de crescimento na carreira e, acima de tudo, uma mudança cultural que precisa ser impulsionada por todos nós.

Hoje, homenageamos as mulheres que, com coragem, garra e profissionalismo, enfrentam esses desafios diariamente. Mas a verdadeira homenagem será quando não precisarmos mais discutir a necessidade de provar o óbvio: que as mulheres são tão capazes quanto qualquer homem para estar onde quiserem, inclusive na polícia.
Que este Dia da Mulher nos inspire a construir uma instituição mais justa, igualitária e respeitosa. A mudança começa aqui, com cada um de nós.
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