FEMINICIDA PERSEGUIA ESPOSA E SACOU ARMA PARA FAMILIARES
em 27/05/2025 as 07:23
A técnica de enfermagem Gabrieli Daniel de Souza, 31, assassinada diante dos filhos na tarde de domingo (25) pelo marido, o policial militar Ricker Maximiano de Moraes, 35, teria tentado escapar do relacionamento abusivo ao fugir para o Pará, onde moram os pais e os irmãos. Lá, o assassino já teria mostrado a personalidade violenta ao ameaçar com arma de fogo os parentes da companheira.
Com medo, a jovem voltou para Cuiabá e retomou o relacionamento com o homem que iria matá-la. Na época, ela já estaria grávida da filha mais nova, hoje com três anos. O corpo de Gabrieli foi levado pela Aeronave do Ciopaer para Santarém na madrugada desta terçafeira e segue em viagem de 400 quilômetros por terra para sepultamento na cidade de Trairão. Relatos de amigos e familiares mostram que Ricker era um marido possessivo, violento e que mantinha Gabrieli afastada de todos.
Controlava a mulher pelo telefone o tempo todo. Mesmo diante dos sinais de risco, ela nunca registrou queixa contra o policial com quem conviveu por cerca de 10 anos. A brutal execução da jovem, que finalizava o curso de técnica de enfermagem e se preparava para receber os familiares para a festa de formatura no próximo mês de julho, deixou a família arrasada. Colegas de curso e ex-companheiros de trabalho se reuniram em uma homenagem rápida, na noite de ontem, em uma capela funerária em Cuiabá, pouco antes do corpo seguir para o Pará.
O policial militar lotado em Diamantino executou Gabrieli com três tiros na cozinha de casa, no bairro Praeiro e depois levou os filhos de 5 e 3 anos para a casa dos pais dele, onde deixou a pistola usada para matar a mulher. Se entregou horas depois. Após depoimento na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foi interrogado e autuado em flagrante pelo feminicídio. Durante o interrogatório, ele se mostrou abalado, chorando muito e não falou a motivação do crime. O juiz plantonista, Francisco Ney Gaíva converteu a prisão em flagrante em preventiva durante a custódia.
Ricker vai a júri por atirar em adolescente
Gabrieli Daniel de Souza, 31, foi arrolada como testemunha de defesa do marido que a matou, em ação penal por tentativa de homicídio com sessão do júri previsto para o Fórum de Cuiabá nesta quarta-feira (28). O policial militar Ricker Maximiano de Moraes será julgado pelo crime ocorrido na noite do dia 23 de junho de 2018, na avenida General Melo.
Segundo denúncia do Ministério Público, a vítima, um adolescente de 17 anos na época, caminhava pela via em companhia de outros dois adolescentes quando se depararam com o policial discutindo com Gabrieli na rua. Ele se dirigiu ao grupo de forma violenta, dizendo: “o que vocês estão rindo, vaza, vaza”.
Em seguida retirou a arma de fogo da cintura, momento em que os adolescentes saíram correndo e foram seguidos por ele. Após correr alguns metros a vítima percebeu que o PM parou, quando também parou de correr, momento em que Ricker fez os disparos pelas costas, atingindo W.V.S.C.. Submetido a cirurgia de emergência, ficou com sequelas permanentes resultantes do disparo que atingiu a região glútea esquerda.
Os ferimentos provocaram a debilidade permanente na função urológica do rapaz, que necessita fazer uso de sonda para esvaziar a bexiga.
Por Gazeta Digital
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