Violência — Foto por: Reprodução

Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, 18, contou detalhes de como seu pai convenceu ele e outros dois menores para matarem a mãe de Heloysa Maria Alencastro de Souza, 16, encontrada morta nesta quarta-feira (23). Em depoimento, o jovem contou que o pai mandou mensagem para ele ansioso, dizendo que queria matar a companheira, e na sequência se matar.

“Por volta das 10h30, meu pai me mandou mensagem dizendo que estava ruim, meio ansioso. E como uma preocupação de um filho, busquei entender, o que estava acontecendo e ele me disse que estava desconfiado de algo parecido com traição, por parte da Suellen. Nisso, ele me mandou uma foto em visualização única dizendo que estava pensando em se matar, ou matar alguém”, detalhou.

Mas foi apenas cerca de 1h30 depois que o acusado ligou para o filho, ainda dizendo que queria matar a companheira. Neste instante, Benedito Anunciação Santana, 40, pediu para que o filho e os amigos matassem a mulher, segundo relato o rapaz.

“Já por volta de 12h, ele me ligou e os meninos estavam comigo, ai ele me falou que queria matar ela e estava pensando em se matar. Na conversa, ele me pediu para ir lá, e eu falei para ele ‘isso é problema, é muito problema, você vai segurar a bomba?’ e ele falou ‘não, isso não vai ser nada, não sei o que”. 

“Ele falou que era para fazer e disse que os meninos podiam ficar com os móveis da casa. Ele ligou por volta das 14h, dizendo que estava chegando na casa e aí eu e os meninos entramos na Fiat Toro com ele, e fomos até a casa dela”, contou.

Ele explicou que o plano era apenas matar a mãe, mas como Heloysa estava em casa, ela iria ser morta também.

“Ao chegar, ele entrou na casa, deu uma olhada nela e voltou. Ai a gente desceu do veículo, e esperou no corredor próximo à piscina, ai ele saiu com o veículo e nos fomos para o quarto da Suellen, nisso a Heloysa viu e saiu correndo para um dos quartos. Quando um dos menores saiu correndo atrás dela, ela ficou sem reação. Ele já tampou a cara dela, trancou em um quarto e estrangulou ela. Neste momento, o meu pai disse que como a Heloysa estava morta, teria que matar as duas”, revelou em depoimento à polícia.

“Quando eu amarrei as pernas da Heloysa, a minha intenção era esperar a mãe dela, porque eu realmente não sabia qual a intenção, e disse ‘não vou matar ela porque ela é inocente, não vou fazer isso com ela”, mas foi um dos menores que enforcou ela, com uma coleira de cachorro e jogou um pano nela”, explicou. 

Enquanto eles ainda estavam na casa, Benedito ligou para o filho dizendo que não queria mais fazer isso, pois Suellen havia dito que queria se reconciliar.

“Depois que meu pai já tinha saído, ele ligou dizendo que o chefe dele havia conversado com a Suellen e ela estava pensando em reconciliar com ele. Nisso, ele mudou totalmente a cabeça dele e disse que não era para mexer com a Suellen e disse que iria buscar a gente. Foi quando um dos meninos disse que não tinha como sairmos de lá e deixar o corpo da Heloysa no quarto”, narrou.

Quando a mãe de Heloysa chegou na casa, ela estava acompanhada de uma prima que carregava um bebê no colo.

“Era para Suellen chegar umas 16h, mas ela chegou por volta das 17h. Quando ela chegou a Heloysa já estava morta. Na hora que ela chegou, ela chegou com uma prima que estava com um bebê no colo, entrou e começou a chamar pela Heloysa". 

“Aí um dos menores vieram e renderam elas. Eu disse que não ia fazer nada com a menina que estava com a neném, e deixei ela no canto. E nisso um deles começou a dar murro na Suellen, e eu não entendi porque ele estava batendo. Ai ele veio e deu um tapa na cara da mulher que estava na cara da criança, e eu empurrei ele, perguntei se ele estava louco. Eu não bati na Suellen", explicou o filho do acusado à polícia. “Eles começaram a amarrar a Suellen e colocaram no quarto da Heloysa, e nisso eu chamei a outra mulher e ela levantou e sentou do lado dela. Mas em nenhum momento ela chegou a ver a filha morta. Depois disso pegamos as coisas, colocamos no carro e saímos", continuou.

Ele ainda detalhou que foi um dos menores que indicou o local exato em que estava o poço onde eles abandonaram o corpo da adolescente.

“Quando saímos da casa, nós colocamos a Heloysa no porta-malas, ainda dentro da garagem. Eu saí dirigindo o carro até o local de desova que um dos menores indicou, ele sabia certinho o local onde ficava o poço. Nisso um deles arrancou as placas do carro, colocamos a menina la dentro e o outro menor escondeu o carro”, finalizou. 

Gustavo ainda nega que houve violência sexual contra Heloysa.

Os menores passaram por audiência de custódia nesta quinta-feira (24), contudo o processo em relação a eles tramita em segredo de justiça e não houve detalhes sobre a internação.

Por Gazeta Digital