As prisões de 9 pessoas apontadas por envolvimento nas mortes da candidata a vereadora Rayane Alves Porto (Republicanos), de 25 anos, e sua irmã, Rithiele Alves Porto, de 28, no dia 14 de setembro, em Porto Espiridião, não encerraram o caso. De acordo o delegado Fabrício Garcia, o inquérito com o possível indiciamento dos envolvidos deve ser concluído até a próxima sexta-feira.
Há uma suspeita de que a ordem para o sequestro e o assassinato das irmãs teria saído de dentro da Penitenciária Central do estado, em Cuiabá, por causa de um gesto que uma das vítimas fez com as mãos em uma foto publicada nas redes sociais. Esse gesto, intencionalmente ou não, faria alusão a uma facção criminosa rival a do suposto mandante: o preso Norivaldo Ceballos, conhecido como ‘Tuta’ ou ‘Véio’. As mortes ainda teriam sido transmitidas para dentro da PCE por videochamada.
Após os crimes, foi encontrado um celular na cela em que Tuta estava preso e ele foi transferido para o isolamento.
“Assim que fomos informados da situação, imediatamente foi feita uma revista na cela do Tuta. Ele foi isolado preventivamente e foi aberto um processo administrativo para apurar responsabilidades se houve essa ligação ou não”, revelou o secretário adjunto de administração penitenciária, Jean Gonçalves. “Nós não tivemos como comprovar se o aparelho é dele. Havia 12 presos na cela. Então, a gente tem que buscar através da quebra de sigilo dos dados confirmar se esse aparelho é dele ou não”, explicou.
Além de descobrir qual foi o envolvimento das 9 pessoas que continuam presas, a Polícia Civil tem pelo menos outras 3 linhas de investigação: como esse celular entrou na PCE; se o aparelho seria ou não de Tuta; e se ele teria determinado e assistido às mortes por videochamada.
“O inquérito policial está aberto e vai apurar se isso aconteceu e de que forma aconteceu. A gente tem que aguardar as investigações para podermos fazer essas afirmações, se foi dessa forma e de que forma foi”, explicou o secretário estadual de Segurança Pública, César Roveri.
A suspeita de que os assassinatos tenham sido transmitidos por videochamada para dentro da PCE ocorre justamente no momento em que a Sesp (Secretaria de Segurança Pública) testa um novo equipamento para bloquear sinal de celular na penitenciária.
“As providências foram adotadas. A abertura de procedimento disciplinar administrativo para verificar o que e como entrou algum aparelho de telefone lá dentro. Só pra deixar claro, em nenhum momento eu afirmei que não existe sinal de celular lá dentro. Eu sempre afirmei que estamos com uma prova de conceito. Em teste com uma empresa com bloqueadores de sinal. Se essa empresa se mostrar eficiente, com 100% de eficiência, obviamente que nós vamos continuar com processo licitatório. Então, tem mais um prazo. Como eu disse na data de ontem: de 15 a 20 dias nós vamos verificar esse resultado. Caso não tenha eficiência, nós vamos buscar outras tecnologias”, revelou Roveri.
Por 24horasmt