Margens do rio Paraguai são tomas por sevas e autoridades fazem vistas grossas
em 01/09/2014 as 23:44<div id="corpo" align="justify"><a href="http://www.ripanosmalandros.com.br/margens-do-rio-paraguai-sao-tomas-por-sevas-e-autoridades-fazem-vistas-grossas/ceva/" rel="attachment wp-att-27860"><img class="aligncenter size-full wp-image-27860" alt="ceva" src="https://ripanosmalandros.com.br/wp-content/uploads/2014/09/ceva.jpg" width="640" height="430" /></a>Um cenário de favela em áreas de preservação permanentes no Pantanal de Mato Grosso. Essa é a impressão de quem navega pelo rio Paraguai, no município de Cáceres a 210 quilômetros de Cuiabá, Oeste do Estado -, são dezenas e dezenas dos chamados tablados de ceva para cardumes que perdem de vista nas duas margens do rio. Os locais, muitas vezes disputados com ameaças, sendo que o mais forte chega a ter até três cevas ao longo da extensão, sem temer qualquer problemas com órgãos de fiscalização ambiental. As agressões ao meio ambiente flora e fauna não cessam aí, a cevas são abastecidas com grãos milho e soja que fermentam até apodrecer em tambores plásticos para depois serem distribuídos a conta gota de maneira a atrair cardumes nesses engodos, que são fisgados facilmente sem qualquer controle das autoridades cujo oficio seria zelar por esses recursos natural. O odor exalado desses grãos servem como chamariz aos peixes. Nas margens é visível constatar que até escada são escavadas nos barrancos, onde até antes haviam vegetação que protegem as matas ciliares e impedem o assoreamento do rio. Os aguapés planta aquática- que desenvolve funções importantes como abrandar as ondas nos barrancos e despoluir simplesmente desaparecem, mata adentro, um emaranhado de s com reservatórios de agua, banheiros, e principalmente caixas térmicas para armazenar pescados, e não raramente animais silvestres como pacas e outros bichos. Os peixes que são atraídos pela alimentação, segundo especialistas, não seguem o curso normal de seus ciclos comprometendo toda uma cadeia de reprodução dos cardumes. A reportagem recebeu uma carta denunciando, que alguns pontos de cevas, chegam a extrair até 100 quilos diários de pescados. Não satisfeitos, os chamados donos desses tablados esparram varas de bambus com até dois metros com anzóis de galhos para ampliar a matança de peixes. Em alguns, casos, qualquer pessoa estranha que esteja passando pelo local, recebem escaramuças e até ameaças sob ostentação de armas de fogo. Na mesma denuncia, há também a alegação que: boa parte dos donos dos tablados é formada por servidores públicos, empresários e lideres políticos. O mais preocupante é que no município de Cáceres, estão instalados órgãos que tem como missão constitucional de coibir, impedir e fiscalizar tais ações. No entanto, o Ibama, o Ministério Publico Federal e ainda as instituições como a Policia Ambiental e a Secretaria de Meio Ambiente, até onde se tem conhecimento, não desempenham e sequer esboçam qualquer ação para pelo menos conter o avanço de ocupação desordenada a margens do mais importante rio do Pantanal Mato-Grossense. A única ação, ocorreu em 1998, quando o então representante do MP estadual Domingos Sávio Barros de Arruda, iniciou um procedimento visando proteger essas áreas, porém transferido para Capital, desde então nada tem sido feita para conter a sanha de ocupação que cresceu de maneira devastadora no Pantanal de Cáceres. O problema tende a agravar, visto que os peixes são caçados 24 horas por dia durante o período de liberação da pesca. Em Cáceres, dezenas de lanchas hotéis, descem o rio todos os dias abarrotados de pescadores notadamente do estado de Minas Gerais -, que se passam por turistas, mas no fundo visitam o Pantanal apenas para dizimar o cardumes, como já fizeram em seu estado de origem, onde peixes são raridades nos rios mineiros. PREJUIZO A NAVEGAÇÃO As chamadas cevas não causam apenas a assombrosa redução dos peixes, conforme relatos de comandantes de embarcações, algumas delas estão instaladas em locais impróprios para manobras das chatas, ou seja no leito em barrancos que ficam juntos ao leito navegável do rio Paraguai, e podem causar acidentes. A denuncia foi formalizada verbalmente a dois militares da Marinha do Brasil, no ultimo final de semana. RISCO A SAUDE O renomado médico Francisco Leonardo Ceravolo, especialista em doenças tropicais, que atende no único hospital publico de referência para doenças de pele como a lepra, leishmaniose, calazar entre outras, revelou a sua preocupação com as famílias que acampam nas margens do rio Paraguai e de seus afluentes, segundo o medico, seus apontamentos no Hospital O Bom Samaritano em Cáceres, tem constatado um alarmante crescimento de pacientes infectados com doenças tropicais (dermatológicas). Ele, informou que nos diálogos de consulta com pessoas infectadas, tem verificado que a maioria frequenta esses ambientes de beiras de rios e de baias do Pantanal. Ele fez um alerta para que os cidadãos que evitem esses locais e contato com animais silvestres.</div> <p align="right"><b>Por:</b> João Arruda</p>
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