Tenente-coronel Marcos Paccola (Republicanos) criticou os colegas de Parlamento após a decisão que cassou seu mandato por 13 votos. Ao justificar seu voto, o parlamentar afirmou que parte dos colegas da Casa fazem parte da maior "organização criminosa" de Cuiabá.

A decisão que cassou o mandato do vereador foi tomada em sessão parlamentar na manhã desta quarta-feira (5).

Paccola perdeu sua cadeira na Câmara de Cuiabá por quebra de decoro parlamentar por ter matado a tiros o agente do Sistema Socioeducativo Alexandre Miyagawa no dia primeiro de julho deste ano.

Após a decisão sobre a cassação ser proferida pelo vereador Juca do Guaraná, foi aberto espaço para justificativa dos votos aos parlamentares. Neste momento, Paccola solicitou a palavra e utilizou o espaço para criticar os membros da Casa de Leis.

"Senhor presidente, quero justificar meu voto. Meu voto é não. E dizer que com alguns aqui eu não me decepcionei, mas com outros, vereador Lilo, vereador Vidal, vereador Rodrigo Arruda de Sá, com outro eu realmente me decepcionei muito porque eu não acreditava que os senhores faziam parte da maior organização criminosa que existe em Cuiabá. E eu vou provar, um por um, inclusive o senhor presidente", disse.

A representação contra o vereador foi movida pela parlamentar Edna Sampaio (PT). Na defesa Paccola, contudo, apoiadores apontaram que a ação se tratava de uma tática supostamente "politiqueira". Com a decisão proferida, a família e amigos do agente morto celebraram a cassação. À imprensa, a mãe de Miyagawa afirmou que espera que o vereador seja condenado a 40 anos pela Justiça.

Réu

Com o assassinato, Paccola se tornou réu pela 12ª Vara Criminal de Cuiabá, coordenada pelo juiz Flávio Miraglia, que acolheu denúncia do Ministério Público contra o vereador por homicídio qualificado.      

Na mesma decisão, o juiz determinou que fosse recolhida a arma de Paccola. Paralelamente, o vereador teve seu caso estudado pela Comissão de Ética da Câmara de Cuiabá.

Veja vídeo da manifestação de Paccola: