Promotor de Justiça Mauro Zaque é contra o aborto e a favor da pena de morte para pedófilos e para corruptos
em 29/10/2014 as 01:56<p style="text-align: center;"><strong><a href="http://www.ripanosmalandros.com.br/promotor-de-justica-mauro-zaque-e-contra-o-aborto-e-a-favor-da-pena-de-morte-para-pedofilos-e-para-corruptos/mauro-zaque/" rel="attachment wp-att-29564"><img class="aligncenter size-full wp-image-29564" alt="mauro zaque" src="https://ripanosmalandros.com.br/wp-content/uploads/2014/10/mauro-zaque.jpg" width="600" height="417" /></a>Não tenho prazer em mandar quem quer que seja para a cadeia. Mas tenho prazer sim, em cumprir minha obrigação como homem da Lei</strong></p> Apontado como linha dura, acima de tudo polêmico, mas correto em seus atos e decisões de denunciar para julgar, Mauro de Jesus Zaque, de 47anos, também pode ser considerado um dos promotores de Justiça de Mato Grosso e do Brasil que mais se especializou em investigações, principalmente quando se trata de proteger o dinheiro do Governo contra os ladrões também conhecidos como colarinho branco. Mauro Zaque retrata o que falta e o que sobra na Justiça brasileira. Fala de sua vida em família e no trabalho, sobre a maioridade penal para adolescentes a partir dos 15 anos e se posiciona quando o assunto é aborto. Zaque tem um ou mais ídolos? O promotor que já ajudou a Justiça a mandar centenas de bandidos para a cadeia também se diz a favor de uma investigação perfeita, sem brechas para advogados na defesa de seus clientes. Ele não esconde que lugar de bandido é na cadeia, mas também pondera que não tem nenhum tipo de prazer com isso. O promotor é contra o aborto, mas garante que a pena de morte seria viável para pedófilos e corruptos. <strong>Reportagem - O senhor nasceu promotor ou foi gostando de mandar os outros para a prisão com o passar do tempo?</strong> Mauro Zaque - Não posso afirmar que gosto de mandar alguém para a cadeia. Ao contrário, buscar a condenação de outra pessoa nunca é algo fácil ou sequer prazeroso. Não obstante, a lei deve ser cumprida e somente com o cumprimento da lei é que a sociedade pode conviver em paz. Quanto a nascer promotor, isso é algo que realmente tenho em meu âmago. Não posso me imaginar fazendo outra coisa. <strong>Reportagem - O que falta e o que sobra na Justiça. Está bom ou pode melhorar?</strong> Mauro Zaque - Acredito que estamos em permanente estado de aprimoramento e crescimento. Com a Justiça não é diferente. Ainda necessitamos de maior celeridade e resposta efetiva aos graves casos de criminalidade violenta e corrupção que, infelizmente, ainda somos obrigados a suportar em nossa sociedade. É certo que a Justiça de um modo geral vem apresentando melhoras significativas, vem se modernizando e buscando um caminho que reste útil no atendimento às expectativas da sociedade. Mas note, ainda tem um grande caminho a ser percorrido. <strong>Reportagem - Fale sobre o que tem que ser feito para que uma investigação não abra ou deixe brecha para advogados?</strong> Mauro Zaque - Primeiramente é necessário considerar que uma investigação profunda, criteriosa demanda tempo e recursos. Não se pode partir do princípio de que alguém seja culpado, ao contrário, o que se investiga são fatos que podem ou não apontar para esta ou aquela pessoa. Assim, é importante que se trabalhe com os princípios da atividade de inteligência, com os mecanismos digitais disponíveis, busca de dados financeiros, entre outros que possam conduzir a um cenário de certeza quanto a eventual conduta do investigado. Sempre com isenção, critério e sem paixões, orientando-se pela boa técnica investigativa. <strong>Reportagem - O senhor é especialista em investigações. Que tipo de bandido o senhor gosta de mandar para a cadeia. O do colarinho branco ou o bandido comum?</strong> Mauro Zaque - Sem sombra de dúvida o criminoso do colarinho branco mostra-se muito mais nocivo à sociedade do que aquele comum. O corrupto, em uma só conduta, subtrai muito mais do que o patrimônio da sociedade, ele subtrai o futuro, a dignidade, a possibilidade de desenvolvimento das pessoas, porquanto nega-lhes o acesso à educação, subtrai a vida do cidadão, porquanto nega-lhe o acesso a saúde de qualidade e, enfim, nega ao cidadão qualquer possibilidade de futuro. <strong>Reportagem - Hoje a Promotoria Pública de Mato Grosso é melhor, igual ou pior do que a de ontem?</strong> Mauro Zaque - Impõe-se registrar que se o Ministério Público hoje conta com respeito e admiração por parte da sociedade, tal se deve ao esforço de muitos colegas que ajudaram a construir a história do MP, mesmo enfrentando as condições mais difíceis como distância e completa falta de meios. Hoje, a modernidade oferece muitas vantagens. O Estado de Mato Grosso assumiu um papel importante graças ao agronegócio, comércio fortalecido e uma indústria crescente, fatores que favorecem o acesso a um orçamento que, se por um lado ainda é insuficiente para atender às demandas do Ministério Público, por outro mostra-se distante daquele dos primórdios ministeriais. <strong>Reportagem - Há ciúmes entre promotores, juízes e desembargadores?</strong> Mauro Zaque - Não acredito em ciúmes entre tais operadores do Direito. Vale considerar que tais funções trazem consigo uma carga muito grande de stress, cansaço e graves preocupações que pode levar a desgastes no relacionamento do dia a dia. <strong>Reportagem - Qual foi o caso mais polêmico e mais famoso que o senhor investigou e ajudou a Justiça mandar o réu para a cadeia?</strong> Mauro Zaque - Os casos foram muitos. É difícil mensurar a gravidade de casos onde estavam envolvidos desvios de recursos públicos ou até mesmo a vida humana. Como só pesar o desvalor de uma conduta onde toda a sociedade resta prejudicada? Mas se pode citar casos como a operação Arca de Noé, operação de combate à Máfia de combustíveis, à Máfia da Cobrança, Aprendiz, entre outras não menos importantes. <strong>Reportagem - O senhor tem ideia de quantos bandidos do colarinho branco ou comum ajudou a mandar para a cadeia desde que é promotor de Justiça em Mato Grosso?</strong> Mauro Zaque - Não tenho essa contabilidade. Mas sei que foram muitos. <strong>Reportagem - Duro como o senhor o é, como todos sabemos, o senhor</strong> <strong>mandaria um filho seu para a cadeia?</strong> Mauro Zaque Isso seria impossível pelo simples fato de que somos impedidos de atuar em processos onde estão envolvidos parentes próximos como um filho por exemplo. <strong>Reportagem - O promotor de Justiça ganha bem, o que merece? Ou ainda está faltando alguns reajustes?</strong> Mauro Zaque - A questão salarial representa um direito a qualquer trabalhador e com o promotor de Justiça não é diferente. Deve-se levar em consideração a especialidade da função, todos os impedimentos decorrentes dessa função como por exemplo o impedimento de exercer qualquer outra atividade, os riscos aos quais estão submetidos os promotores, entre outros fatores como stress e excesso de trabalho. Assim, penso que os vencimentos dos promotores devem ser condizentes com a importância do trabalho realizado. <strong>Reportagem - O senhor já teve algum atrito com colega de trabalho, com um juiz ou com um desembargador por causa de uma decisão sua?</strong> Mauro Zaque - Atritos e eventuais desentendimentos são comuns em se tratando de embates judiciais. Ocorre, entretanto, que tais atritos permanecem restritos aos autos do processo. <strong>Reportagem - Tem ou não tem paz no Ministério Público de Mato Grosso?</strong> Mauro Zaque - O Ministério Público de Mato Grosso é uma instituição onde os colegas se respeitam e, principalmente, respeitam a sociedade. Eventuais discussões ideológicas ou político institucionais existem mas de forma saudável e com foco na melhora da instituição, de forma que o Ministério Público possa melhor atender aos anseios da sociedade. Até porque toda unanimidade é burra e os debates e críticas que por ventura venham a ocorrer possuem a força da transformação. <strong>Reportagem - O senhor é contra ou a favor do aborto?</strong> Mauro Zaque - Sou contra. Penso que pessoas adultas devem ter responsabilidade sobre seus atos. Os meios contraceptivos são muitos e estão à disposição de toda a sociedade e, assim, não se justifica a prática abortiva quando a concepção poderia ter sido evitada. <strong>Reportagem - O senhor é contra ou a favor do adolescente de 15 anos ser transformado em adulto para responder por seus próprios atos?</strong> Mauro Zaque - Eu penso que uma pessoa com 15 anos de idade que sai da sua casa armado, ameaça ou tira a vida de outra pessoa visando ganho financeiro tem completa noção da dimensão dos seus atos e deve ser responsabilizado sim. <strong>Reportagem - O que falta para que o jovem de todas as classes sociais, principalmente o da periferia, não se transforme em bandido?</strong> Mauro Zaque - O que leva à criminalidade é a falta da presença da família, falta de amparo de um lar. A escola vem como complemento, mas a família é fundamental. <strong>Reportagem - O senhor vê alguma diferença entre um bandido que não usa arma, os do colarinho branco, e os bandidos que agem a mão armada?</strong> Mauro Zaque - Lógico, o bandido de colarinho branco é muito mais nocivo uma vez que sua conduta prejudica toda sociedade de forma grave e, inclusive, a corrupção é um dos fatores que leva à criminalidade. Assim, o corrupto também é responsável pelo aumento da violência e pela disseminação do bandido comum. <strong>Reportagem - O senhor é contra ou a favor da pena de morte?</strong> Mauro Zaque - A princípio sou contra. Somente seria a favor se fosse aplicada para aqueles casos de pedofilia, criminosos que não possuem condições de recuperação e corruptos. <strong>Reportagem - Quantos livros o senhor já leu na vida?</strong> Mauro Zaque - Muitos. Não vivo sem ler. Leio sempre. Leio livros comuns e, principalmente, livros jurídicos para estar sempre atualizado. <strong>Reportagem - O promotor Mauro Zaque crê cegamente na existência de Deus?</strong> Mauro Zaque - Sim. Deus é tudo. <strong>Reportagem Para finalizar. Comente um pouco de sua vida como promotor de Justiça, família e quais são seus sonhos daqui para frente?</strong> Mauro Zaque - O promotor de Justiça é um infante, um combatente que não possui o direito de recuar da linha de frente sob pena de ver perecer a sociedade que jurou defender. As dificuldades são imensas, as barreiras se mostram elevadas e a dedicação deve ser permanente. Sonho com um Ministério Público forte, atuando em defesa de uma sociedade com menos exclusão, mais paz e solidariedade. <p style="text-align: left;">Fonte:24horasnews</p>
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