Flávio Roberto da Mata Pereira, de 33 anos, é a quarta pessoa a morrer por intoxicação por metanol em Mato Grosso. A morte foi registrada no sábado (06), no Hospital São Benedito, em Cuiabá. Segundo a família, foi constatada a morte encefálica do paciente depois de vários dias de piora no seu quadro clínico.
O atestado de óbito a que a reportagem teve acesso confirma: intoxicação por metanol.
Natural de Nova Brasilândia, ele foi transferido para a Capital em estado considerado grave em 17 de novembro. No início da semana passada, um exame toxicológico laboratorial confirmou a intoxicação por metanol.
Conforme os dados públicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), ele chegou a receber o antídoto para o metanol, mas não resistiu mesmo assim.
Essa é a quarta morte causada pela intoxicação por metanol em Mato Grosso. Assim como todos os casos registrados até aqui, ele consumiu um lote falsificado do Whisky Ballantine’s.
As outras vítimas foram:
- um homem de 24 anos, morador da cidade de Querência.
- uma mulher de 42 anos, moradora de Itanhangá.
- uma mulher de 30 anos, que vivia em Várzea Grande.
Ainda estão internados em estado considerado grave dois pacientes: um homem de 26 anos, morador de Itanhangá; e um homem de 24 anos, morador de Várzea Grande.
Outros três pacientes são acompanhados por suspeita de intoxicação por metanol e aguardam a entrega do resultado do exame laboratorial. São eles:
- uma mulher de 26 anos, moradora de Cuiabá.
- uma mulher de 26 anos, moradora de Juína.
- uma mulher de 30 anos, moradora de Várzea Grande.
O que você precisa saber sobre o metanol
O metanol é utilizado na indústria como solvente, combustível ou componente de produtos de limpeza. Mesmo em pequenas quantidades, sua ingestão pode causar danos neurológicos, hepáticos e visuais severos, podendo evoluir para cegueira permanente ou óbito.
Ele é um produto químico comumente usado para adulterar combustíveis, motivo pelo qual não pode ser adicionado a nenhum tipo de bebida. Devido ao risco que a substância pode representar à saúde pública, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estabeleceu regulamentação rígida, que determina o registro obrigatório para a movimentação e o armazenamento do produto.
A intoxicação por metanol pode causar náuseas, vômitos, dor abdominal, cefaleia intensa, confusão mental, tontura e visão turva. Em casos mais graves, pode evoluir para lesões do nervo óptico, cegueira ou até óbito. O tratamento específico inclui o uso de antídotos como o fomepizol ou o etanol (álcool etílico a 100%), que bloqueiam a transformação do metanol em metabólitos tóxicos.
Orientações à população:
- Evite consumir bebidas alcoólicas sem procedência comprovada;
- Em caso de ingestão de bebida suspeita, procure imediatamente atendimento médico;
- Fique atento a sintomas como enjoo, dor abdominal, tontura, visão embaçada ou confusão mental;
- Não espere a piora dos sintomas, a rapidez no atendimento é essencial para evitar complicações.
Por RepórterMT